Memória é Inferno de gelo intermitente
que arrepia a nuca
feito um cadáver de alguém querido
que tendo morrido longe
é carregado às costas
e até chegar em casa ele flagela a gente
e não sai mais nunca.
(sobre uma música sertaneja)
19 junho 2010
Culpa
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Lembrei de um trecho de música que diz mais ou menos assim:
ResponderExcluir"Tudo que morre
Fica vivo na lembrança
Como é difícil viver
Carregando um cemitério na cabeça"
A memória insistente, por vezes indesejada, mas aqui e acolá, cortejada também...
Beijos, Flá!
essa música que ouvi, aliás, como muitas músicas sertanejas, me arrepiou...
ResponderExcluirnão sei se conhece: o cara sai com um amigo pra levar um gado, e o amigo morre e ele tem que levar no cavalo, amarrado nas costas...e o caminho é longo...o corpo vai gelando, gelando...e quando chega no destino, e ele deixa o amigo no povoado...não adianta: a vida toda sente aquele frio nas costas.... puts!
bjbjbj
o arrependimento pelos meus mortos são assim: de vez em qdo me gelam as costas.
ResponderExcluirÓtimos dizeres.
ResponderExcluirAbraço.
Flá,
ResponderExcluirPode se apoiar em modinhas, cirandas, "repentes de motel" [cada um improvisando um verso na beirada da cama, na falta do que fazerem mais juntinhos... rs rs rs], que a dicção sai talhada como poesia inquestionável.
Aqui vc sai dos dilemas eróticos e pega na veia, como na imagem do filho morto de Chico Buarque, outro poeta passível de ser musicado:
"Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu."
Um beijo.