09 junho 2011

Altar de Sacrifício

Profana meu corpo
- o Templo dele -
num Sabá de fúria e desespero.

Crava em mim tua adaga
molhada de cinismo fétido
e diz que me ama.

Joga um feitiço,
acende uma vela vermelha e profana,
desenha um pentagrama,
me faz gozar de quatro
nesse altar

Faz-me sacrílega
desse deus omisso e inclemente
antes que eu comece
a me sacrificar.

(poema do meu livro LEOA OU GAZELA, TODO DIA É DIA DELA) 


no Polem

4 comentários:

  1. [no limite, incondicional limite]

    um imenso abraço, Flá

    Leonardo B.

    ResponderExcluir
  2. "Não sacrifica, cara, diz logo que ama ela"!

    É você, Flávia, que sem nenhuma inveja do pênis, brande a adaga mestra e corta, recorta, desenha e acende as palavras no altar da poesia, sem sacrificar o leitor.

    ResponderExcluir
  3. Que barato...é um prazer ler estas sacanagens salutares...gosto muito que vc mostra tua cara...tem muito nhenhenhen por aí, poesia limpinha demais, críticos que se debruçaram no passado, muito pouco interessados neste tipo de literatura que vc corajosamente pratica.
    Evoé Flá Perez!

    ResponderExcluir