30 julho 2011

Desamparado

Meus cabelos,
espalhados em teu travesseiro
jorravam tempestades sazonais,
e elas destroem.

Não mais...

E nos lençóis,
meu perfume, nosso cheiro,
farão falta,
mesmo envenenados
de ciúme e mágoa.

Verás então como a saudade dói.

Andarás pela casa,
ex - amado,
como num deserto:
buscando roupas esquecidas,
lenimento, água

e pelas ruas,
como um desvairado,
mulheres parecidas,
lenitivos, fadas.

Nada te dará abrigo
ou se fará sentido,
namorado, nada...

Só as tintas
que caíram de meus olhos
e pintaram em teus quadros
paisagens deturpadas.







Poema do LEOA OU GAZELA, TODO DIA É DIA DELA declamado no sarau EITA!

8 comentários:

  1. Belo poema Fla. Adorei especialmente a última parte: "Só as tintas
    que caíram de meus olhos
    e pintaram em teus quadros
    paisagens deturpadas."

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  2. ah, Moça, é o que acontece a muitos homens... que são condenados a vagar desorientados pelas ruas buscando em outras mulheres o amor e a semelhança com a amada abandonadora abandonada.
    aliás, um poema de verdade. desses que dá um estalo. e te faz pensar.

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  3. ah , obrigada, Jean, essa é a parte que diz que tudo foi culpa do mau entendimento dele.
    parabéns pela escolha!
    bjbjbjbj

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  4. Flavita,




    Eu vejo as aliterações e quase-rimas em momentos insuspeitos. Além disso, devo dizer: Eita praga bem rogada, com cabelo e tudo!







    Um beijo.

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  5. que escorram todas as tintas,
    e que Deus, não nos desampare...


    perfeito !

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  6. Marcelo, minhas pragas pegam! depois te digo as piores rsrsrsrsrs
    bjbj

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  7. Ah, Joe, não vai desamparar, rs
    tenho certeza que vc deve saber criar belos quadros com essas tintas.
    bjbjbjbjbj

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