Percebi meu engano
e a verdade caiu em mim como uma pedra.
Quedei-me imóvel de assombro
e ferida:
Como não pude ver
que você não pode ser
o grande amor da minha vida?
Mas não tenho rancor.
Sempre fui enganada
- por mim mesma,
o que é pior -
Sozinha me apaixono,
abano o rabo
abandono convicções
e me dano.
Como um cão de rua
vou atrás de quem passeia
e me atropelo.
Cão de muitos donos
sem correia, sem nome.
Ninguém percebe que tenho fome.
30 junho 2007
Vira-latas
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só o final.
ResponderExcluirFlavita,
ResponderExcluirEsse é um circuito velho e conhecido: fabricar amor por amar a ideia de estar amando.
[Ou sendo amado(a)].
Um beijo.
É Flá... Sabemos que estamos no caminho errado e insistimos. Como um cão sem dono... Já fui um também e várias vêzes. Prazer!
ResponderExcluirA Flá, nos leva a todos, com as nossas bolhas, esfolados, cicatrizes, a passear e lamber as feridas dos nossos auto-enganos, catar as pulgas do nosso descontentamento.
ResponderExcluirDiz da fome que nos acossa as entranhas e o céu da boca, que não cala as bocas do nosso corpo.
A Flá sua com raça, na língua que insiste
em uivar, a nossa fome antiga.