02 março 2020

Iniciática


Esgarça a gaze branca que me cobre.
Na meia-taça derrama
qualquer bebida, mesmo a menos nobre.

 Tinge de chamas, aguardentes,
se embriaga em auréolas rosadas
– de anjo elas não têm nada –

 Asas caídas, no meu céu ungido:
segue esse líquido até perto do umbigo.

 Percorre um Zênite,
a anca junção do Elísio e Inferno,
e dorso-ventral e inversamente
desemboca sua boca na nascente.

 Absorve o seu Carma
meu gozo e presente.
Absolvo sua alma,
conservo seu corpo, éter e semente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário