28 abril 2011

Mãe

Uma mulher abnegada, grande árvore-de-sombra
(dois frutos pequeninos, sapato baixo,
roupa cáqui sóbria para não dar trabalho),
entrou no restaurante.

Partiu a carne em seus pratos fundos,
que era pra eles não mexerem em facas.

E eu quase chorei de pena
da sua capacidade de anulação.

Mas então pensei ela é amarga feito a carqueja,
ela talvez não goste nem de gatos
quem sabe ela trate mal os pretos,

para confortar a minha solidão
e inveja.

(eu e as filhas em 2008)

Nenhum comentário:

Postar um comentário