11 fevereiro 2011

Anunciação

...E então na bruma
divisei meu duplo,
o Gêmeo.

Ele não tinha um seio,
vestia negro
e exalava culpa.



Quase expulsei-o.


Mas foi ver seus olhos,
e neles,
algo longínquo,
extremo,

como um pecado já esquecido
e velho,


morte de estrelas,
amigo que não temo,


em frente ao espelho.



4 comentários:

  1. Interrsante. Seria sobre um amor do passado?

    ResponderExcluir
  2. Adoro o psicodelismo presente em seus textos.
    Há sempre uma atmosfera que acena pro devaneio,
    mas de forma gostosa e reflexiva, é como se numa Amálgama disforme desaguassem caminhos de aromas, de cores, de encantos, de musicas, de afagos... enfim, tudo de bom numa confusão gostosa.

    ResponderExcluir
  3. Amor do passado, do presente, ou o próprio ser, partido ao meio? Ou tudo isso,sem receio?

    ResponderExcluir
  4. isso mesmo Lí, "é eu".
    mas o Rommel tbm tem razão, pq esse poema começou pra ser alguém a mais.
    depois foi que vi q era eu.

    ResponderExcluir