À espera submarina
do peixe - dos - terremotos,
ela sonha seus versos toscos:alegorias escondidas
em margaridas sulferinas
e antigos signos mortos.
Lá no fundo do barco,
nos porões do que foi,
estão seus olhos de ontem.
Esses velhos marinheiros
repetem o fog sob os cílios.
Incrustrados,
não reconhecem cenário,
pátria, ilha ou parada,
nem quando vêem os filhos.
Com lentidão de sereia,
a mulher que desveste o espelho
à boca soma acalantos.
E guarda que nela se afoguem
outros lábios vermelhos,
inchados
de tanto prazer e pranto.
(poema vencedor do primeiro lugar no
Prêmio Cidadão de Poesia 2009, está em meu livro
LEOA OU GAZELA, Todo Dia é Dia Dela)
Nenhum comentário:
Postar um comentário