20 novembro 2011

Senhor que desgoverna

Fez comigo como nenhum outro:
lanhou meus flancos
bateu em meu rosto
chamou-me sua puta
e coisa e tal

Deixou-me
o gosto bandido
do beijo marginal.

Vingo-me.

Deixo de lembrança
o que você mais gosta:
meu cheiro, meu sangue
e a imagem da curva das minhas costas.

suas promessas
estão na cabeceira.
Não preciso delas,
já sou sua mulher

Levo comigo
seu sêmen e seu sossêgo.
Esses
não vou devolver.

Sopa de Letrinhas, outubro 2011

2 comentários:

  1. Impudicamente tornado, depois de deleitosa leitura, vi-me desfeito do recato que impede que se diga ou se faça algo indecente, viro mais uma vez um sem-vergonha, minha cara de safado mais uma vez se manifestou na imagem da curva das costas... Quanto as promessas do governador deposto nesta sua reflexão, talvez ele já previste o coro, dizendo: perdedor, perdedor... medo de derrapar, nas curvas...

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